PIONEIRO, O AUDITOR JORGE ANTÔNIO RELATA AS DIFICULDADES DO FISCO NA CRIAÇÃO DO ESTADO: “SAÍA PARA TRABALHAR E FICAVA VERMELHO DE TERRA”

04/10/2018 08/12/2020 15:46 714 visualizações

Os 30 anos de história do Tocantins são a mesma janela temporal que marca a trajetória do auditor Jorge Antônio de Sousa,55. O que significa que ele acompanhou de perto o processo de desenvolvimento do Estado. “Minha família veio do Mato Grosso do Sul primeiro, na ilusão de desbravar o antigo norte goiano. Já estava decidida a criação do Estado junto com a constituição. Em 1989, quando o Estado foi implementado, eu também me mudei para cá”.

“Sou pioneiro. Viemos com uma ideia, influenciados por parentes que comprariam terras aqui, mas acabei me tornando servidor público”.

Jorge Antônio narra os desafios enfrentados pelos servidores do quadro do Fisco na época. “Era difícil. O Estado criando postos nas fronteiras e nós encarando a realidade. Hoje a estrutura dos postos é precária, mas na época praticamente não tínhamos o posto físico, trabalhávamos em vans. Tudo era estrada de chão. Quando chegava o período da tarde, você estava mais vermelho do que o chão”, detalha.

Ainda de acordo com o depoimento de Jorge, a falta de comunicação era outro impasse enfrentado por eles. “Não tinha telefone. Se mudasse alguma coisa na legislação, tinham que mandar o carro do comando para avisar nas cidades do interior. Eu trabalhei na agencia de Santa Tereza quando a capital era Miracema, para conseguir dar um telefonema tínhamos que ir à um posto telefônico e aguardar por uma ou duas horas. Porque a cidade era pequena, mas tinham apenas três telefones para todos os moradores, nem tinha verba para isso, tinha que pagar do próprio bolso a ligação”, completou.


Contente, o auditor diz que “muita coisa mudou” e que tem consciência de que o trabalho dos auditores fiscais é fundamental para isso. “Nosso trabalho é um auxílio para os empresários. Sem ele, o contribuinte erra e o estado fica no prejuízo. As pessoas não gostam muito de nós. Mas isso é porque muitos governantes não fazem a parte deles, garantindo os serviços básicos à população”.

“Vi meu ideal de vida mudar no Tocantins e fico feliz de ver que o Estado também se transformou”, arrematou.

Durante 30 anos de carreira, Jorge Antônio atuou na Regional de Miracema, na Agência de Atendimento de Santa Tereza, na Regional de Palmas, Regional de Porto Nacional, Postos Fiscais de Fátima, Lagoa da Confusão, Araguacema, Caseara e na delegacia de Paraíso.