“Porque o imposto sindical entrou no bojo da Reforma Trabalhista, se a lei é para modernizar as relações entre patrão e empregado?”, a Reflexão do Superintendente do Ministério do Trabalho,Celso Cesar Cruz, abriu o 1º Seminário de Planejamento de Campanha de Sindicalização, promovido pela Força Sindical, com o apoio do Sindifiscal e da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins (Fesserto). A indagação do superintendente caiu como uma luva às tratativas do evento, que se realizou nos últimos dias 20 e 21, debatendo, entre outros aspectos da política sindical, as saídas para manter a defesa do trabalhador diante do maquiavelismo que busca cercear direitos através do enfraquecimento do movimento sindical.
“Por que querem tirar logo a obrigatoriedade do imposto sindical? Se é imposto não pode ser facultativo. Só tiraram a obrigatoriedade porque se trata de um recurso para brigar pelo trabalhador”, afirmou o diretor-tesoureiro da Fesserto, José Ronaldo dos Santos, complementando o debate.
O presidente da Federação e também da Força Sindical, Carlos Augusto de Melo, marcou a abertura do seminário reafirmando compromisso com as categorias que defende e conclamando resistência às investidas neoliberais contra os trabalhadores. “Estamos promovendo esse evento para atender a reivindicação das classes. Vivemos um tempo difícil e precisamos nos preparar para ele, agir de acordo com um conhecimento seguro. A responsabilidade de não deixar o movimento sindical acabar é de cada um de vocês que estão aqui”, arrematou.
Em seguida foi a vez do professor enviado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Altair Garcia, iniciar a ministração do seminário. O mestre em desenvolvimento econômico pela Unicamp chamou de “servidão moderna” a condição dos trabalhadores acomodados com as imposições da Reforma Trabalhista e ainda “influenciados a se desfilarem dos seus sindicatos”.
Garcia ponderou sobre a relação entre a valorização do trabalhador e o desenvolvimento econômico. “Remunerar bem e valorizar o trabalhador não impede o crescimento patronal. É possível harmonizar as duas coisas. Mas infelizmente no Brasil o custo do trabalho é muito baixo, seguindo a tendência capitalista de explorar o máximo possível de recursos, com a menor contrapartida possível.”
Durante as atividades desenvolvidas, o técnico da Dieese trouxe aos líderes sindicais de diversas categorias que acompanharam o seminário, principio básicos para o desenvolvimento de uma campanha de filiação. A fundamentação do palestrante parte de conceitos primários, como o papel social do sindicato, e passa por questões mais complexas, a exemplo da efetividade dos projetos da entidade. “A campanha de filiação deve ser algo contínuo, atestado pela rotina da entidade. Não será possível convencer o trabalhador, em poucos dias, sobre algo que não tem constância dentro da estrutura sindical”, defendeu.
O presidente do Sindifiscal João Paulo Coelho Neto mostrou satisfação em receber o seminário na sede do sindicato. “É necessário trocar experiências e aprender com novos olhares sobre o trabalho de filiação, e agora, ainda mais, com a necessidade de reinventar nossos métodos de subsistência. A diretoria do Sindifiscal está empenhada em aprender para continuar pautando nossa atuação na resistência, em prol dos interesses dos auditores fiscais e da sociedade”, finalizou.
26 de Novembro de 2024 às 11:40