O que vem à sua mente quando o assunto é aposentadoria? O deleite de encerrar uma carreira, possíveis dificuldades no processo, ou os planos pessoais para a nova fase? No caso do auditor João Carlos Lima, aposentado no último dia 08 de agosto, todos esses pensamentos vieram à tona durante os dias que antecederam o momento tão sonhado. Em continuidade à série de artigos e reportagens iniciadas com o texto “A aposentadoria chegou: oba e agora?”, assinado pela palestrante, personal de oratória e coach, Adriana Magna, o Sindifiscal entrevistou o auditor que classificou sentimentos, expectativas e revelou detalhes desse processo. Confira as opiniões e impressões de Lima:
Planejamento
Durante a entrevista, o planejamento financeiro para desfrutar a nova etapa foi o primeiro fator destacado por ele. “Há alguns anos venho planejando a parte financeira para poder aposentar, pois as perdas são significativas como o Abono Permanência, o REDAF e principalmente o problema do teto salarial. Assim, houve a necessidade de um planejamento econômico familiar ano-a-ano para que o orçamento se ajustasse a nova realidade, o que resulta em redução do padrão de vida”, enfatizou.
Direito
Ao longo de seus 41 anos de contribuição, o auditor viu as regras da aposentadoria se transformarem, de uma forma que ele não considera democrática. “Quando comecei a trabalhar, assinei contrato que me garantia a aposentadoria com 49 anos. Depois, unilateralmente, mudaram o contrato para 53 anos e por último, para 60 anos”. Para fazer valer o direito dos aposentados e aposentandos, Lima cobra “transparência e consulta àqueles que serão afetados” pelas regras de transição e fatores impostos como determinantes para aposentadoria. Agilidade para o processo também foi um ponto mencionado. “Principalmente para os servidores que já estão recebendo o abono permanência, não se justifica 90 dias para que o processo seja finalizado’, destacou.
E por falar em mudanças, Lima diz que a reforma previdenciária, adormecida no Congresso Nacional, em alguns aspectos é “extremamente prejudicial”. Um fator agravante para ele são as condições voltadas aos pensionistas. “Caso a reforma fosse aprovada, minha esposa, que é funcionária pública, quando da minha falta teria que optar pela metade da minha pensão ou pela integralidade do salário dela. Como a pensão é maior, significa que o que ela recolhesse para a previdência durante anos de trabalho, nada iria receber, sem contar que haveria de se ajustar para viver com a metade da minha pensão”.
Saudades
Das coisas boas que colecionou ao longo do trabalho que desenvolveu, Lima ressalta as grandes amizades e os bons resultados na carreira. “As histórias vividas e as amizades feitas nos postos fiscais e comandos volantes são marcos gravados para sempre na minha memória. Soma-se ainda, as amizades conquistadas durante os anos de trabalho interno”.
“No que tange às realizações, certamente contribuí com alguns produtos da SEFAZ. Quem trabalhou comigo não se esquecerá do meu esforço para que tudo sempre desse certo. Marcaram também significativamente, os vários anos que participei das diretorias do Sindifiscal, quando conseguimos diversas conquistas para a categoria. Tenho orgulho disso”.
Desfrutando de uma fase da vida que define com a palavra “realização”, Lima conta que o próximo passo é viver “seis meses sabáticos”. Ele comenta ainda que seu desejo é continuar os estudos, se mudando para Portugal no próximo ano. “Meu objetivo é fazer doutorado regado a muito bacalhau e vinho do Porto”, acrescenta com entusiasmo.
A sensação de Lima ao chegar ao final de uma carreira exemplar é de “dever cumprido”. “Sinto-me plenamente realizado e agradecido à Deus por ter me dado a oportunidade de servir no quadro do Fisco tocantino, por todo conhecimento adquirido, contribuições e amizades conquistadas”.
Perfil
João Carlos Lima iniciou sua contribuição para a administração tributária, na Regional em 1994. Posteriormente, foi transferido com toda a Diretoria do Sindifiscal à época, para a regional de Taguatinga (1996) por motivos políticos/sindicais. Em 1997 retornou para Alvorada), passando por Palmas (2000). Entre os anos de 2001 e 2002 atuou na Diretoria de Informações Econômico Fiscais, sendo responsável pelo Índice de Participação dos Municípios (IPM) pela implantação do ICMS Ecológico no Estado do Tocantins, sendo lotado na regional de Paraíso em 2003.
Depois de atuar na delegacia de Paraíso, retornou em 2006 para a sede da Sefaz na função de Gerente de Informações Econômicos Fiscais, permanecendo até 2015, novamente sendo responsável pelo IPM e pelas atualizações da legislação do ICMS Ecológico. Também se dedicou à pauta fiscal, previsão da arrecadação e dos incentivos fiscais junto ao Profisco, e como representante da SEFAZ no Grupo de Trabalho 8 (GT-8), lidando com tratativas sobre os repasses da Lei Kandir.
Destacam-se ainda os trabalhos realizados como representante da Sefaz nos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente (COEMA) e de Recursos Hídricos (CERH). “Marcaram em mim, enquanto carreira, as sugestões na construção das Tábuas de Avaliação e Programas de Combate à Queimadas, pontos de importantes para a preservação e conservação ambientais”.
De 2016 a 2018 foi responsável pelos testes não funcionais dos programas entregues pela Fábrica de Software relativos ao Profisco, trabalho realizado junto à Superintendência de Tecnologia da Informação.
26 de Novembro de 2024 às 11:40